Consignado não autorizado: você sabe o que fazer e como se proteger?

Você foi surpreendido(a) com um valor estranho na conta e, pouco tempo depois, começaram os descontos no seu benefício — mesmo sem ter pedido nada?

Infelizmente, essa é a realidade de milhares de pessoas que foram vítimas de empréstimos consignados não autorizados.

Esse tipo de golpe, cada vez mais comum, costuma atingir principalmente aposentados, pensionistas e servidores públicos, que muitas vezes só percebem o que aconteceu quando já estão com o orçamento comprometido e sem entender de onde veio aquela dívida.

A boa notícia é que esse tipo de prática é ilegal, pode ser contestada — e revertida.
Neste artigo, você vai entender como esse golpe funciona, o que fazer se isso acontecer com você e, principalmente, como se proteger para que não aconteça de novo.

O que é um consignado não autorizado?

O consignado não autorizado é, basicamente, um empréstimo que foi feito no seu nome sem o seu pedido e sem a sua autorização

Esse tipo de prática é abusiva e ilegal, mas infelizmente tem se tornado comum, principalmente entre aposentados, pensionistas e servidores públicos. Muitas vezes, a vítima só descobre que foi enganada quando o valor começa a ser descontado diretamente do salário ou benefício do INSS.

Como acontece o golpe do empréstimo consignado não autorizado?

O golpe do consignado não autorizado pode acontecer de duas formas principais — e, em ambas, o consumidor é colocado em uma dívida sem consentimento. A seguir, você vai entender como funcionam esses dois esquemas e por que é tão importante agir rápido ao perceber qualquer irregularidade.

Golpe praticado pelo próprio banco ou correspondente bancário

Essa é a forma mais comum e sorrateira de golpe com consignado. Tudo começa com uma abordagem “cordial”, feita por telefone, WhatsApp ou até ligação automática.
A pessoa do outro lado se apresenta como representante do banco ou de uma financeira parceira, dizendo que quer oferecer uma vantagem, fazer uma simulação ou até refinanciar um empréstimo existente.

“É só uma simulação, dona Maria.”
“Não vai gerar contratação, é só pra ver se a senhora tem margem.”
“Vai cair um valor na sua conta, mas não se preocupe, é só pra analisar.”

Na prática, enquanto o cliente acredita que está apenas consultando ou tirando dúvidas, o banco ou correspondente libera o crédito sem o consentimento real da pessoa — e formaliza um contrato não autorizado.
O valor cai na conta da vítima, muitas vezes sem aviso formal ou documentação clara.

Se o dinheiro for usado, o banco usa isso como desculpa para validar o contrato — mesmo que a pessoa nunca tenha assinado nada. Dias depois, os descontos no benefício começam automaticamente, e o consumidor é pego de surpresa, sem entender como foi parar naquela dívida.

Golpe praticado por terceiros (fraude com dados pessoais)

Esse é o golpe mais grave — e mais típico de fraudes praticadas por criminosos. Aqui, a pessoa tem os dados pessoais roubados (em vazamentos ou ataques) e alguém faz o empréstimo no nome dela, mas o dinheiro não entra na conta da vítima: ele já é direcionado para contas de laranjas ou dos próprios golpistas.

Ou seja: a pessoa só descobre que está endividada quando vê os descontos no benefício ou no contracheque — mesmo sem nunca ter recebido o valor nem assinado nada.

Neste caso, além da fraude bancária, há também crime de falsidade ideológica e estelionato, e o banco pode ser responsabilizado por liberar crédito sem as devidas validações.

Nos dois casos, o golpe é ilegal, e o consumidor tem total direito de contestar, pedir o cancelamento do contrato e exigir reparação pelos danos causados — inclusive com possibilidade de devolução em dobro dos valores descontados e indenização por danos morais.

E é exatamente disso que trataremos mais à frente: como agir, quais seus direitos e o que fazer para se proteger.

O que fazer quando o banco faz empréstimo consignado sem autorização?

Uma das maiores dúvidas de quem passa por esse tipo de golpe é:
“Tenho como cancelar um empréstimo consignado não autorizado?”
E a resposta é sim. Você não é obrigado(a) a aceitar um contrato que nunca autorizou — e o banco não pode continuar cobrando algo feito sem o seu consentimento.

A seguir, veja os passos que você deve tomar assim que identificar a fraude:

1. Não mexa no dinheiro (se ele caiu na sua conta)

Se você recebeu um valor que não reconhece como contratado, não utilize. Deixe o valor parado na conta, pois isso facilita a contestação e o cancelamento do empréstimo.

Usar o dinheiro pode complicar o processo, já que muitos bancos se aproveitam disso para alegar que “houve aceitação”.

2. Investigue a origem do dinheiro

Se um valor apareceu na sua conta sem explicação, é essencial investigar a origem com rapidez. Para isso, você pode acessar o Registrato, do Banco Central, ou o aplicativo Meu INSS — ambos permitem consultar se há empréstimos consignados ativos no seu nome.

No aplicativo Meu INSS, vá até a opção “Extrato de Empréstimos Consignados”. Lá você encontra:

  • Todos os empréstimos que estão gerando desconto no seu benefício
  • A instituição financeira responsável pelo contrato
  • O valor das parcelas, o prazo de pagamento e a margem disponível para novos empréstimos

Essas informações são essenciais para seguir com a contestação do empréstimo não autorizado.

3. Faça uma reclamação formal no banco e exija o cancelamento

Entre em contato com a ouvidoria do banco (não apenas com o atendimento comum) e registre uma reclamação formal exigindo:

  • Cancelamento do empréstimo não autorizado;
  • Suspensão imediata dos descontos;
  • Devolução dos valores já descontados.

Anote sempre o número de protocolo e guarde qualquer comprovante do atendimento.

4. Busque apoio dos órgãos públicos

Se o banco não resolver a situação de forma rápida e adequada, você pode — e deve — recorrer aos canais oficiais de defesa do consumidor. Esses órgãos ajudam a pressionar a instituição financeira e aumentam suas chances de ter o problema resolvido sem precisar acionar a Justiça.

Você pode registrar uma reclamação por dois caminhos principais:

  • Consumidor.gov.br: plataforma oficial do Governo Federal onde você relata o problema diretamente à instituição financeira e acompanha a resposta.
  • Banco Central (Bacen): No site do Bacen, é possível registrar reclamações específicas contra instituições financeiras que praticam irregularidades, como empréstimos não autorizados.

5. Busque ajuda especializada

Às vezes, mesmo após registrar reclamações nos canais oficiais, o banco continua negando o cancelamento ou mantendo os descontos indevidos. Nesses casos, contar com o apoio de quem entende do assunto faz toda a diferença.

Se você se sente inseguro(a) para lidar com isso sozinho(a) ou não sabe por onde começar, buscar ajuda especializada é o caminho mais seguro. Existem assessorias especializadas nesse tipo de situação, como o Aliado Legal, que atua justamente para defender consumidores lesados por empréstimos não autorizados e outros abusos bancários.

Com nosso suporte é possível:

  • Cancelar definitivamente o contrato
  • Suspender os descontos indevidos
  • Solicitar a devolução em dobro dos valores já pagos
  • E até pedir indenização por danos morais

O mais importante é saber: você não está sozinho(a). Existe ajuda — e você tem direito a ser tratado(a) com justiça.

Como se proteger do golpe do consignado não autorizado?

1. Solicite o bloqueio da margem consignável

Se você não tem interesse em contratar empréstimos consignados, pode solicitar o bloqueio da sua margem diretamente pelo aplicativo ou site do Meu INSS.

Isso impede que qualquer banco ou correspondente tente contratar algo no seu nome — mesmo com seus dados.

Lembrando que esse bloqueio pode ser desfeito a qualquer momento, caso você decida contratar um empréstimo no futuro — mas o controle fica nas suas mãos.

2. Nunca compartilhe seus dados por telefone ou WhatsApp

Golpistas costumam se passar por atendentes de bancos ou financeiras para conseguir informações como CPF, número do benefício e dados bancários.

Desconfie de qualquer abordagem não solicitada e nunca confirme dados por telefone.

3. Desconfie de propostas “boas demais” ou simulações que exigem confirmação de dados

Golpistas e até correspondentes bancários mal-intencionados se passam por atendentes, dizendo que é apenas uma simulação, e acabam formalizando o contrato sem seu consentimento.

Nunca confirme dados ou aceite propostas suspeitas. Se não tiver certeza, desligue e entre em contato diretamente com o banco.

4. Cadastre-se no Registrato (Banco Central)

Através do Registrato, você consegue consultar todos os contratos de crédito ativos em seu nome, inclusive empréstimos consignados.

O acesso é gratuito e pode ser feito com segurança pelo site do Banco Central: registrato.bcb.gov.br

Lembre-se: a prevenção é o seu escudo. E, se algo parecer estranho, confie no seu instinto e investigue. Melhor parecer “desconfiado(a)” do que cair numa armadilha.

Fui vítima de um empréstimo consignado não autorizado, e agora?

Ser vítima de um golpe financeiro abala a confiança, a rotina e, muitas vezes, o senso de dignidade. Mas é importante lembrar: isso não define você. Existe um caminho para sair dessa situação, e ele começa com informação, atitude e apoio.

Você não precisa aceitar um contrato que nunca autorizou. Tem direito a cancelar, a ser ressarcida e, sim, a ser tratada com justiça.

O Aliado Legal atua justamente nesses casos: defendendo consumidores que foram enganados por empréstimos não autorizados, cobranças abusivas e outras práticas bancárias irregulares que podem levar ao superendividamento. Aqui, você encontra orientação, suporte e uma equipe pronta para cuidar do seu caso com seriedade e respeito.

Fale com a gente e retome o controle da sua vida financeira.

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